sexta-feira, 6 de maio de 2016

Rio 2016 contratará 455 jovens aprendizes

Aulas teóricas começam na segunda-feira (9). As práticas serão nas Olimpíadas e Paralimpíadas

Quatrocentos e cinquenta e cinco jovens iniciam na segunda-feira (9) as aulas teóricas para trabalhar nas Olimpíadas e Paralimpíadas Rio 2016 como aprendizes. Eles serão os primeiros beneficiados pelo decreto publicado essa semana no Diário Oficial da União (DOU), que permite a empresas que não têm condições de cumprir a Lei da Aprendizagem, por não disporem de local adequado aos jovens, fazer a contratação desses meninos e meninas e os liberarem para cumprir as aulas práticas em outro lugar. 

O ministro Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência Social) explica que a medida vai beneficiar diretamente os jovens que buscam uma oportunidade para entrar no mercado de trabalho, com qualificação profissional e sem precisar deixar a escola. “O que nós queremos com essa mudança é permitir que mais jovens possam exercer o aprendizado, garantindo tempo de escola e tempo de profissionalização”. 

A coordenadora de Aprendizagem do Ministério do Trabalho e Previdência Social, Ana Alencastro, explica que os aprendizes serão contratados por sete empresas da área de limpeza que não estavam cumprindo a lei e já tinham sido notificadas pelo Ministério. Elas assinarão a carteira dos jovens já a partir da segunda-feira. A prática deles será nos jogos olímpicos, nos quais atuarão como auxiliares nos eventos e provas esportivas das olimpíadas e paralimpíadas.

“As empresas de limpeza tinham dificuldades de cumprir a lei porque geralmente possuem muitos funcionários, sendo que a maioria está ocupada com a limpeza, uma área que não é atrativa para os aprendizes. Com o decreto, o que a gente fez: abriu a possibilidade de essas empresas cumprirem a legislação, contratando os jovens e permitindo que eles trabalhem em outros locais e em outras funções. Nesse caso, trabalharão nas Olimpíadas”, explica.

A contratação desses jovens foi possível graças a uma parceria com o Comitê Rio 2016, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Secretaria Municipal de Trabalho e Emprego do Rio de Janeiro e o Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ). O Comitê concordou em receber os jovens para as aulas práticas, a universidade fez a pesquisa de demanda e montou o material didático, Secretaria disponibilizou as salas de aula e realizou o processo seletivo dos aprendizes por meio do Sine municipal e o instituto federal dará as aulas teóricas, que serão financiadas pelo governo federal por meio do Pronatec. 

A turma que começa na segunda-feira terá 400 horas de aulas teóricas, no turno inverso ao da escola, divididas em duas etapas. A primeira será de 9 de maio a 30 de junho, quando serão interrompidas por causa dos jogos. Eles retornam para a sala de aula após as paralimpíadas, no final de setembro, e concluem o curso em 21 de dezembro.

“Normalmente, quando termina o contrato de aprendizagem, muitos jovens acabam contratados pelas empresas. Nesse caso, não era possível pois as Olimpíadas terão terminado. Mas eles terão uma experiência muito grande em esporte e eventos relacionados ao esporte, que lhes permitirão buscar oportunidades em clubes de lazer e desporto, por exemplo”, pondera Ana.

Jovem Aprendiz do Desporto

Esses 455 jovens estão sendo contratados na modalidade Jovem Aprendiz do Desporto (Jade), que foi desenvolvida especialmente para atender clubes de esporte e lazer. Há dois projetos pilotos nessa área no país, um em Brasília e outro em São Paulo, onde eles atuam como auxiliares em aulas de prática esportiva, torneios, campeonatos e eventos sociais. Com a nova turma aberta no Rio de Janeiro, mais um estado passa a ser beneficiado.

A coordenadora de Aprendizagem do Ministério do Trabalho e Previdência Social, Ana Alencastro, conta que uma outra parceria, com o Ministério do Esporte, está sendo firmada para levar o Jade para a área pública. A intenção é firmar convênios com estados e municípios para a contratação de aprendizes do desporto em academias públicas e áreas de lazer. Os primeiros estados a receberem a modalidade serão São Paulo e Pernambuco. O objetivo é, até 2018, expandir o projeto para todos os demais.

Graziela Andreatta | Imprensa/Ministério do Trabalho e Previdência Social