sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Brasil tem dia incrível em Doha, com ouro, recorde mundial e Cesar Cielo no 4x50m medley

Brasil tem dia incrível em Doha, com ouro, recorde mundial e Cesar Cielo no 4x50m medley

O velocista fechou a prova com Guilherme Guido, Felipe França, Nicholas Santos, em 20s08; minutos após, foi o primeiro das semifinais nos 50 m livre: 20s80, à frente do russo Morozov e do francês Manadou

4x50 m medley: Guilherme Guido, Felipe França, Nicholas Santo e Cesar Cielo | Satiro Sodre/SSPress

O Brasil teve um dia incrível no Mundial de Doha (CAT), em piscina curta, com medalha de ouro e recorde mundial no revezamento 4x50 m medley. Juntando os melhores nadadores de cada estilo - Guilherme Guido, no costas, Felipe França, no peito, Nicholas Santos, no borboleta, e Cesar Cielo, no livre - o Brasil estabeleceu novo recorde mundial para a prova em 1min30s51, à frente da França (Benjamim Stasiulis, Giacomo Dortona-Perez, Mehdy Metella e Florent Manaudou), em 1min31s25, e dos Estados Unidos (Eugene Godsoe, Cody Miller, Tom Shields e Josh Schneider), em 1min31s83. 

Poucos minutos após receber a medalha e ouvir o Hino Nacional, Cesar Cielo voltou a piscina do Hamad Aquatic Center para fazer o melhor tempo das semifinais dos 50 m livre: 20s80. A final será nesta sexta-feira (5/12), a partir das 13 horas (de Brasília), com SporTV. 

Guilherme Guido nadou o estilo costas em 23s42 e entregou o revezamento com o Brasil em quinto. Felipe França retomou a liderança no estilo peito (25s33), posição mantida por Nicholas Santos, no borboleta (21s68), e Cesar Cielo no livre (20s08), para a equipe fechar em 1min30s51. O recorde anterior pertencia a Rússia (1min32s78, feito na qualificação do Mundial de Doha, horas antes). 

"Olha, eu brinquei com o 19s9 antes da prova, acho que dá pra fazer ainda... Mas o mais bacana foi a gente brincando antes da prova, que essa era o revezamento da seleção paulista do Chico Piscina, junto com o Nicholas Santos", disse Cesar Cielo, referindo-se ao fato de nadar com Guilherme Guido e Felipe França, desde que eram meninos. "É muito legal, eu nado com o Guido e com o França desde os 7 anos e a gente sabia que esse revezamento era muito forte. Conseguir o recorde mundial no revezamento... Não podia ser melhor! Realmente, é fechar essa geração como uma das melhores da história do nosso País", completou Cielo.

Disse ainda que o 4x50 m medley foi um dos revezamentos mais emocionantes que disputou na vida e que espera que "seja o primeiro de muitos revezamentos do Brasil". "Espero que o próximo seja o 4x100 m livre, no Mundial de Kazã, no ano que vem, com o Matheus Santana, o Marcelo Chiereguini, o João de Lucca, o Nilo (Nicolas Oliveira).... Para depois a gente fechar com chave de ouro no Rio, em 2016."

Correria e melhor tempo na semi dos 50 m livre

Minutos depois da premiação do 4x50 m medley - "foi uma correria do pódio até colocar o maiô e ir para o balizamento de novo, estamos um pouco longe do call room...", comentou -, Cesar Cielo estava de volta para nadar as semifinais dos 50 m livre. "Foi mesmo uma correria... Eu vi que não ia conseguir passar a 'seco', dei duas respiradas, e aproveitei para mostrar, e os caras verem, que ainda está sobrando um pouquinho. Esse jogo mental é importante. Estou vendo com muita tranquilidade um tempo muito melhor na final. Tomara que seja suficiente para eu ser o primeiro", avaliou Cielo.

O brasileiro acha que o francês Florent Manadou, terceiro nas semifinais, com 20s93, também controlou a prova. "Acho que ele está bem melhor para nadar melhor do que esse tempo que ele fez", completou Cielo. O russo Vladimir Morozov foi o segundo colocado com 20s88. "Todo mundo nadou em quarta marcha, uma prévia da final, e vamos ver como vai ser quando todo mundo apertar o ritmo." 

Cesar Cielo (20s80), Vladimir Morozov (20s88) e Florent Manadou (20s93) terão na final a companhia do italiano Marco Orsi (21s07), do australiano Cameron MCEvoy (21s14), do ucraniano Andrii Govorov (21s17), do francês Clement Mignon (21s19) e do norte-americano Josh Schneider (21s20).

Cielo disse que vai ver os detalhes da provas e corrigir o que for possível porque um centésimo de segundo faz diferença nos 50 m livre. "É curtir um pouco esse revezamento 4x50 m, ver as análises da prova e ver o que dá para melhorar para a final", comentou. Ressaltou que já nadou melhor no segundo 25 metros dos 50 metros. "É descansar e tentar o melhor tempo da minha vida."

Cesar Cielo é atleta da Fiat/Minas, equipe de natação do Minas Tênis Clube, e tem patrocínio de Gatorade, adidas, Embratel, Furnas, Fiat e Correios.

Mais informações: www.cesarcielo.com.br e www.facebook/CesarCielo

Heleni Felippe/Jane Dias | Contrapé

Robert Scheidt é vice-líder na Stars Sailors League nas Bahamas

Robert e Bruno Prada mantiveram a regularidade no segundo dia de regatas em Nassau. Nesta sexta serão definidas as tripulações que seguem para a segunda fase

Robert e Bruno em Nassau | Gilles-Martin Raget/SSL

Nassau (BAH) - Atuais campeões da Star Sailors League (SSL) Finals, Robert Scheidt e Bruno Prada disputaram mais três regatas nesta quinta-feira (4) em Nassau, nas Bahamas, pela fase de classificação do campeonato, que reúne 20 das principais tripulações de Star na vela mundial. 

Obtiveram um sétimo e dois quartos lugares, o suficiente para se posicionarem como vice-líderes, com 18 pontos perdidos, dez a mais do que os líderes, os americanos Mendelblatt e Fatih, com oito. A dupla alemã Polgar e Koy, com 21, ocupa a terceira colocação. 

Na primeira regata do dia, a quarta da SSL Finals, Robert e Bruno passaram do limite no momento de contornar a primeira boia de contravento. Perderam tempo para retornar e recuperar o rumo certo "Cometi um erro grande, de novo. Não consegui montar a boia. Foi como se tivesse pagado um pênalti", considerou Robert, que ainda conseguiu chegar na sétima colocação. A dupla americana Mendelblatt e Fatih venceu praticamente de ponta a ponta, com 60min24, seguidos pelo campeão olímpico de Star, em Londres, Freddy Loof e seu proeiro Anders Ekstrom, ambos da Suécia. O vento nordeste esteve sempre em torno de 15 nós (27 km/h)

Após a segunda largada os tricampeões mundiais de Star mantiveram-se em posição intermediária na flotilha. Contornaram a primeira boia em 12º lugar. Partiram para a recuperação na primeira perna de popa, saltando para a sétima colocação. Na quarta e última perna, também em popa, chegaram ao segundo lugar, mas perto da linha de chegada escolheram o lado direito da raia, enquanto o vento favoreceu a esquerda. Robert e Bruno chegaram na quarta posição, a 53 segundos de Mark Mendelblatt, que obteve a segunda vitória no dia. O francês Rohart foi o segundo e o croata Gaspic, o terceiro. 

Na última disputa desta quinta-feira, a sexta do campeonato, Robert repetiu a colocação anterior. Manteve-se sempre entre os cinco primeiros. Travou duelos com, o alemão Polgar, Jorge Zarif e Mendelblatt, o velejador mais regular do dia. A dupla Polgar e Koy venceu com 56min23, com Mendelblatt em segundo e Jorginho em terceiro lugar. Robert ficou a 30 segundos do vencedor. "O importante é ficar em primeiro para evitar a próxima fase, mas hoje não teve jeito, o americano (Mendelblatt) velejou com muita velocidade", analisou Robert, patrocinado pelo Banco do Brasil, Rolex e Deloitte, com os apoios de Audi, COB e CBVela. 

Para o novo líder da SSL Finals, o dia foi perfeito. "Fiz grandes regatas, sempre com vento adequado e velocidade suficiente para me manter à frente. Por enquanto só estou tentando velejar da melhor forma possível, a cada regata, sem pensar em resultado final", argumentou Mendelblatt, bronze na primeira edição da SSL Finals em 2013, também com sede no Nassau Yacht Club (NYC). 

Nesta sexta (5), mais três largadas definem os barcos para as quartas de final. Como o primeiro colocado passa direto à semi, estarão classificados do segundo ao 11º, após nove regatas. A semifinal terá sete tripulações e a final, quatro. As três séries estão previstas para este sábado (6), dia decisivo. A primeira regata do dia começa às 11h em Nassau (14h em Brasília). Entre as outras três duplas brasileiras, Zarif e Boening estão em oitavo, Torben e Guilherme em 16º, e Fuchs e Seifert em 20º lugar.

Classificação após três regatas e um descarte

1. Mendelblatt/Fatih (EUA) - 8 pontos perdidos (1+[10]+3+1+1+2)
2. Scheidt/Prada (BRA) - 18 pp ([7]+1+2+7+4+4)
3. Polgar/Koy (ALE) - 21 pp ([9]+3+6+2+13+1)
4. Loof/Ekstrom (SUE) - 22 pp (4+[12]+4+3+6+5)
5. Rohart/Ponsot (FRA) - 29 pp (6+2+[13]+9+2+10)
6. Negri/Lambertenghi - 29 pp (5+5+[10]+6+5+8)
7. Kusznierewicz/Zycki (POL) - 36 pp (10+8+[12]+4+7+7)
8. Zarif/Boening (BRA) - 37 pp (15+7+1+[17]+11+3)
9. Scott/Milne (ING) - 39 pp ([13]+4+5+11+8+11)
10. Gaspic/Sitic (CRO) - 46 pp ([14]+14+7+10+3+12)
11. Papathanasiou/Tsotras (GRE) - 55 pp (2+9+9+16+[20]+19)

Campanha de Robert Scheidt na temporada 2014, na classe Laser 

Ouro na Copa Brasil - Niterói (BRA), janeiro
Prata na etapa de Miami Copa do Mundo de Vela - Miami (USA), fevereiro
9º na etapa de Palma de Mallorca da Copa do Mundo de Vela - Palma de Mallorca (ESP), abril
4º na etapa de Hyères da Copa do Mundo de Vela - Hyères (FRA), abril
Ouro na Semana Olímpica de Garda Trentino - Garda (ITA), maio
5º no Europeu de Vela - Split (CRO), junho
Ouro no Sudeste Brasileiro de Laser - Rio de Janeiro (BRA), julho
4º no Aquece Rio International Regatta - Rio de Janeiro (BRA), agosto
5º no Mundial de Vela da ISAF - Santander (ESP), setembro

Maior atleta olímpico brasileiro

Laser
Onze títulos mundiais - 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
Três medalhas olímpicas - ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000

Star
Três títulos mundiais - 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
Duas medalhas olímpicas - prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012

Mais informações em www.robertscheidt.com.br

Twitter: @robert_scheidt
Facebook: Robert Scheidt

Juliana Leite | Local