domingo, 14 de outubro de 2012

Vitória queniana e recordes marcam Circuito de Corrida CAIXA, no Estádio do Pacaembu


Com participação de Marílson Gomes dos Santos, corrida paulistana teve disputas acirradas e 3.750 competidores

O queniano Hillary Kipgetich Kemei venceu a etapa de São Paulo do Circuito de Corridas CAIXA, neste domingo (14/10). Hillary entrou no Estádio do Pacaembu junto com Marílson Gomes dos Santos, melhor brasileiro no atletismo dos Jogos de Londres/2012, ultrapassando-o nos metros finais. 

Ele obteve o tempo de 29min10, apenas dois segundos à frente do brasileiro. A marca é o novo recorde da prova, superando os 29min11 que Paulo Roberto de Almeida Paula marcou no ano passado. 

Na elite feminina, as quenianas Maurine Jelagat Kipchumba, com 34min26, e Ednah Mukhwana, com 34min36, foram as primeiras a chegar, seguidas por Tatiele Roberta de Carvalho, melhor brasileira na competição, com 34min40.

A disputa da elite masculina foi a mais forte do Circuito CAIXA nesta temporada. O pelotão principal se manteve junto até o sexto quilômetro, quando Hillary e Marilson se desgarraram dos demais e duelaram até o final. "Eu estava muito seguro e confiante. Além disso, o clima ajudou. Ao contrário do que muitos pensam, também treinamos com baixas temperaturas no Quênia", afirmou Hillary, que, no ano passado, foi o segundo colocado da etapa paulistana. 

"O resultado está dentro do que eu esperava. A ideia era disputar uma corrida forte, antes da Maratona de Nova York, e fazer uma avaliação. Eu sabia que a etapa de São Paulo do Circuito CAIXA seria dura, pela presença dos africanos. Foi uma prova boa, e o dia estava bom para correr. Podia até ter esfriado um pouquinho mais", analisou Marílson Gomes dos Santos, do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA. Quinto colocado na maratona em Londres, o fundista vai lutar pelo tricampeonato da Maratona de Nova York (venceu em 2006 e 2008), no dia 4 de novembro.

Giomar Pereira, Valdir Oliveira (ambos da equipe mineira de atletismo do Cruzeiro) e Rafael Santos de Novais, do Pinheiros, foram respectivamente 3º, 4º e 5º colocados, com o mesmo tempo, 29min38, confirmando o equilíbrio na disputa.

Disputa feminina
A batalha na elite feminina também foi dura, com poucos segundos de diferença entre as cinco primeiras colocadas. "Esperava fazer uma boa prova e o tempo obtido era o que eu imaginava. Estou feliz com o resultado", disse Maurine Jelagat Kipchumba, que chegou à frente da compatriota Ednah Mukhwana, vencedora da prova em 2009.

Estreante no Circuito CAIXA, Tatiele também saiu satisfeita com o resultado. "Estou contente por ter sido a primeira brasileira a cruzar a linha de chegada. Pena que senti o final da prova. Minhas pernas fraquejaram, o que não acostuma acontecer", desabafou a fundista da Orcampi, terceira no ranking brasileiro dos 5.000 m e quarta nos 10.000 m, em pista.

Recorde de público
A prova paulistana do Circuito CAIXA também teve recorde de público, com 3.750 competidores, 87% a mais que em 2011. Entre os participantes, a equipe Rede de Proteção BB era uma das mais animadas, com 13 atletas. "Já conhecemos o percurso, até por outras provas que disputamos por aqui. Mas é a primeira vez que participamos do Circuito CAIXA. Foi um corrida muito bacana", elogiou Paulo Roberto, um dos treinadores da Quality, que coordena o grupo formado por funcionários da Brasilprev e do Banco do Brasil.

Atletas especiais também marcaram presença, como o analista de sistemas Edson Santi. Vítima de poliomielite na infância, Edson perdeu os movimentos das pernas e hoje corre de hand cycle. "Comecei a correr no início do ano para manter o condicionamento físico e pela sociabilidade. O mais difícil foi sair da inércia. Hoje, meu lema é chegar e se divertir", contou Edson, da equipe da Achilles International Brasil, entidade de apoio a deficientes, que teve cerca de 15 integrantes na disputa. 

Cláudia Schaefer foi outra que estreou neste domingo no Circuito CAIXA, com sua filha Beatriz, portadora de deficiências física, auditiva e mental. "Foi uma ótima prova. Na subida do Minhocão, que é mais forte, um anjo me ajudou a empurrar a cadeira da Bia. E a chegada dentro do Pacaembu foi muito gostosa: minha filha ficou muito feliz em ver toda a animação dos atletas", explicou Cláudia.

Craque do vôlei
O jogador de vôlei Renan Buiatti, 22 anos, do São Bernardo, que do alto de seus 2,17 m é considerado uma das esperanças do Brasil na Olimpíada do Rio/2016, compareceu ao Pacaembu para prestigiar a namorada, adepta da corrida. Ester Wiggers, 20 anos, ex-atleta de handebol que sempre gostou de correr, participou pela primeira vez de uma competição. Ela completou os 10 km em 54 minutos e, apesar da empolgação, ainda não conseguiu convencer o namorado a correr. "Talvez eu siga o exemplo dela quando encerrar minha carreira", despistou o craque do São Bernardo e aposta de Bernardinho para o novo ciclo olímpico. No Pacaembu, o casal comemorou três anos e quatro meses de namoro.

Resultado

Masculino
1- Hillary Kipgetich Kibet (Quênia/Luasa Sports) - 29min10 (recorde da prova)
2- Marílson Gomes dos Santos (BM&FBOVESPA) - 29min12 
3- Giomar Pereira (Cruzeiro/CAIXA) - 29min38
4- Valdir Sérgio de Oliveira (Cruzeiro/CAIXA) - 29min38
5- Rafael Santos de Novais (Pinheiros) - 29min38
6- Gilmar Silvestre Lopes (Pé de Vento) - 30min00
7- Luís Paulo da Silva Antunes (LUASA) - 30min42
8- Alequessandro Paula da Silva (Peterfrut/Pé de Vento) - 31min00
9- Eliezer de Jesus Santos (Pé de Vento) - 31min08
10- Edson Tibúrcio Alves (Cruzeiro/CAIXA) - 31min15

Feminino
1- Maurine Jelagat Kipchumba (Kenia/LUASA) - 34min26
2- Ednah Mukhwana (Kenia/LUASA) - 34min36
3- Tatiele Roberta de Carvalho (Orcampi) - 34min40
4- Sueli Pereira (Grancursos/CAIXA) - 34min43
5- Edielza Alves dos Santos Guimarães (GranCursos/CAIXA) - 35min10
6- Sirlene Souza de Pinho (Pinheiros) - 35min19
7- Eliane Cardoso Pereira (Sítio Kolibri) - 35min37
8- Valdilene dos Santos Silva (Pinheiros) - 36min00
9- Conceição de Maria Carvalho Oliveira (Palmeiras/CAIXA) - 36min34
10- Camila Aparecida dos Santos (HF/SESI) - 37min03

Com chancela da CBAt, o Circuito CAIXA já passou por Goiânia (1º/4), Uberlândia (12/5), Belo Horizonte (27/5), Campo Grande (3/6), Fortaleza (5/8), Recife (12/8), Porto Alegre (2/9) e Curitiba (30/9). Depois da disputa em São Paulo, a mais importante competição de corridas de rua do País segue para Ribeirão Preto (28/10), encerrando a temporada 2012 em Brasília (11/11) e concluindo, assim, a passagem por nove Estados brasileiros. As 11 provas somam pontos para o ranking da CBAt. Os dez primeiros colocados, no masculino e no feminino, garantem o patrocínio da CAIXA para 2013.

O Circuito CAIXA é uma realização da HT Sports, com patrocínio da CAIXA Econômica Federal e co-patrocínio da Centauro. Em São Paulo contou com a hidratação da água mineral Minalba, além do apoio da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação, e Prefeitura de São Paulo, A supervisão técnica foi da CBAt e da Federação Paulista de Atletismo (FPA).

via Juliana Leite | Local

Marílson fica com a prata em São Paulo


Marílson cruza a linha de chegada  | Luiz Doro/adorofoto
Fundista do Clube BM&FBOVESPA, que se prepara para a Maratona de NY, saiu satisfeito da etapa do Circuito CAIXA: "O que valeu foi quebrar o gelo, sentir a ansiedade da competição"

Marílson Gomes dos Santos saiu satisfeito da etapa de São Paulo do Circuito CAIXA, neste domingo (14/10). O fundista do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA, que se prepara para tentar o tricampeonato da Maratona de Nova York (venceu em 2006 e 2008), no próximo dia 4, conquistou o segundo lugar em São Paulo, com 29min12, a apenas 2 segundos do vencedor, o queniano Hillary Kipgetich Kibet, que marcou 29min10, novo recorde da etapa - o anterior, do brasileiro Paulo Roberto de Almeida Paula, era de 29min11.

Marílson, que se prepara para os 42.195 m de uma maratona, correu os 10 km da prova em São Paulo para quebrar o gelo das competições - sua última disputa havia sido a maratona olímpica, em Londres, em que conquistou o quinto lugar - e pegar ritmo. Por isso, o resultado não foi tão importante. "No meu atual estágio de preparação, uma prova de 10 km é muito curta, estou pesado por causa dos treinos", disse Marílson. "Mas queria mesmo uma prova forte, fiquei satisfeito. O que valeu foi quebrar o gelo, poder entrar na disputa física e psicologicamente, voltar a sentir a ansiedade da competição. Foi um bom teste."

O fundista diz que já esperava um ritmo forte, por causa dos quenianos. "Nesse aspecto, não houve surpresas. Sei que não estou rápido e tudo correu dentro do que eu estava esperando", garantiu Marílson. "Minha preparação para a Maratona de Nova York segue conforme o planejado. Faltam só duas semanas de treinos antes da viagem", prosseguiu o atleta, que segue para os Estados Unidos no dia 30.

O técnico Adauto Domingues, que orienta Marílson no Clube de Atletismo BM&FBOVESPA, também ficou satisfeito. "Como avaliação, foi uma prova muito boa, dura, com ritmo forte. O Marílson foi ultrapassado praticamente na chegada."

Marílson acompanhou o pelotão da frente até o km 6, quando ele e Kibet começaram a abrir vantagem. Correram juntos até quase o final da prova, mas o queniano foi o primeiro a cruzar a linha de chegada no Estádio do Pacaembu. Os brasileiros Giomar Pereira, Valdir Oliveira e Rafael Novais chegaram em seguida, os três com o mesmo tempo: 29min38.

O Clube de Atletismo BM&FBOVESPA completa dez anos em 2012, com o lançamento de um Centro de Treinamento de nível internacional e de sua Categoria de Base. O Clube integra o Instituto BM&FBOVESPA e tem parceria com o Pão de Açúcar, a CAIXA, Prefeitura de São Caetano e Nike.

via Heleni Felippe  e Jane Dias | Contrapé de Jornalismo